Efeitos da UV-C em Pimentões

Objetivo:
Avaliar a eficácia da UV-C como tecnologia complementar ao beneficiamento no pós-colheita de pimentões vermelhos e amarelos 

Metodologia:
Foram utilizados 120 pimentões subdivididos em quatro grupos com 30 unidades cada (15 amarelos e 15 vermelhos). Todos os frutos receberam o mesmo tratamento convencional na pós-colheita e enviados para realização dos testes. Um grupo foi reservado como controle, sendo apenas embalado  sem aplicação de UV. A exposição foi realizada em 3 diferentes doses, sendo D1, D2 e D3 utilizando 3 lâmpadas de 30w emissoras de UV-C em 254 nm. Os frutos foram posicionados individualmente sobre suportes vazados de modo que permitisse a completa exposição ao UV e, após a exposição, embalados. Os grupos foram armazenados em caixas de papelão e monitorados quanto à contaminação a cada sete dias, durante 28 dias. Os dados foram analisados a partir de uma curva de senescência em função das doses aplicadas e comparadas ao controle. Durante a inspeção inicial das embalagens, algumas unidades apresentaram ruptura e foram descartadas.

Resultados:

Para o pimentão vermelho, a dose D3 apresentou o melhor desempenho, resultando em uma redução de 26,7% na taxa de deterioração em comparação ao grupo controle, ao final de 31 dias de armazenamento (Figura 02, Galeria). Nesse intervalo, aproximadamente 25% dos frutos submetidos à dose D3 permaneceram íntegros, enquanto no grupo controle observou-se 100% de perda por apodrecimento. As doses D1 e D2 também apresentaram desempenho superior ao controle, embora com efeito menos pronunciado, com apenas 7,7%. Em contraste, para o pimentão amarelo, a dose D3 apresentou efeito deletério, com incremento de 29,2% na taxa de deterioração em relação ao controle, seguida pelas doses D1 e D2, que ocasionaram aumento de 18,4%. Esses resultados indicam que, para o pimentão amarelo, as doses aplicadas de UV-C foram excessivas, ocasionando danos fisiológicos e acelerando a senescência. 

Conclusão:

A aplicação da UV-C demonstrou eficácia no prolongamento da vida útil do pimentão vermelho, especialmente na dose D3, que reduziu em 26,7% a deterioração em relação ao controle. Em contrapartida, os pimentões amarelos apresentaram maior sensibilidade às doses testadas, resultando em incremento da senescência. Esses resultados indicam que o uso da UV-C é promissor no pós-colheita de pimentões, mas requer ajuste fino das doses de acordo com a variedade, sugerindo a necessidade de estudos adicionais para otimização do tratamento.

Galeria

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