Efeitos da UV-C em Mudas de Tomate

Objetivo:

Avaliar os efeitos fisiológicos e morfológicos da aplicação diária de radiação UV-C em mudas de tomate de mesa durante três semanas de cultivo. 

Metodologia:

Foram utilizadas mudas de tomate, divididas em dois grupos (controle e tratado). As plantas foram cultivadas sob luz artificial (LEDs 650 e 450 nm) com fotoperíodo de 12 horas. O grupo tratado foi exposto à radiação UV-C por 6 segundos/dia (Figura 02, Galeria). As coletas foram realizadas semanalmente, com 6 a 8 mudas por grupo. Avaliaram-se parâmetros físicos (altura, número de ramos e diâmetro do caule) e fisiológicos (massa seca aérea e radicular, e teores de clorofila A e B). Com base nesses dados, calcularam-se o Índice de Robustez Médio (IRM) e o Índice de Qualidade de Dickson (IQD). As clorofilas foram extraídas em metanol e quantificadas por espectrofotometria. Os dados foram analisados por ANOVA, seguida do teste de Tukey para comparação das médias.

Resultados:


Não foram observadas variações significativas nas medidas físicas de altura e diâmetro do caule das plantas tratadas em relação ao controle (Figura 03 A e B, Galeria). Em relação ao número de ramos, houve aumento significativo entre os testes 2 e 3, com incremento de até 77,7% no grupo tratado, evidenciando maior ramificação e densidade foliar (Figura 03 C, Galeria). A biomassa apresentou acréscimos expressivos no grupo tratado, com aumento de 53% na massa seca da parte aérea, 37,8% na massa seca radicular e 48,6% na massa seca total, considerando a terceira semana de avaliação (Figura 03 D, E e F, Galeria). A análise do IRM não apresentou variações significativas, sugerindo uma proporção equilibrada entre altura e diâmetro do caule nos dois grupos (Figura 04 A, Galeria). Por outro lado, IQD mostrou aumento significativo no grupo tratado na terceira semana, com valores 55,96% superiores aos do controle, o que indica maior vigor e potencial de estabelecimento das mudas em condições de campo (Figura 04 B, Galeria). Com relação ao teor de clorofila A e B, não foram observadas melhorias significativas nas concentrações entre os grupos. As variações ao final parecem estar mais relacionadas a limitações do substrato e do experimento do que à radiação UV-C (Figura 04 C, Galeria). A redução nos níveis de clorofila A, observada nos Testes 1 e 3, pode estar associada ao maior número de folhas jovens nas amostras tratadas, que apresentaram aumento de biomassa aérea e de ramos e que, por serem mais novas, tendem a conter menos clorofila.

Conclusão:

A aplicação diária de UV-C por 6 segundos mostrou-se uma estratégia eficaz e promissora para estimular o desenvolvimento vegetativo e a biomassa em mudas de tomate, sem comprometer a integridade fisiológica ou os teores de clorofila. Os resultados sugerem que a radiação UV-C pode ser empregada como ferramenta complementar no cultivo de mudas, favorecendo a formação de plantas mais vigorosas e com maior potencial de adaptação após o transplante. O aumento no Índice de Qualidade de Dickson reforça o potencial agronômico do uso de UV-C em ambientes controlados.

Galeria

Imagem tecnologia
Imagem tecnologia
Imagem tecnologia
Imagem tecnologia